domingo, 22 de abril de 2012

A Guerra da Lagosta

Imagem Google

Brasília, princípio dos anos 1980. Deu-se a 1ª Guerra da Lagosta.
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Acabara de chegar de Natal um “carregamento” de lagosta vindo por um dos muitos portadores famosos, que ia de senadores, deputados, secretários de estado e até de pessoas comuns, que se submetiam a levar a “Cobal” do “Presidente” da nossa colônia natalense. Vale salientar que a Cobal era como se fosse uma espécie de cesta básica da época.
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Os produtos da chamada “Cesta Básica da “Cobal”, geralmente consistiam em feijão verde, carne de sol, camarão e produtos do sertão, enviada pelos pais do “Presidente” ou pela família de qualquer outro membro do grupo. Só que desta vez era LAGOSTA. Uma “Cobal” inteira de LAGOSTAS!
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Como sempre, houve a reunião semanal para que fosse decidido o almoço. E a pauta estava recheada de interrogações e batalhas a serem travadas e vencidas: Quando seria, aonde seria e quem seriam os convidados para o almoço. Primeiro porque lagosta é lagosta aqui e na China e, por maior que fosse a quantidade, não daria para todos os que faziam parte da colônia. Segundo, porque lagosta “não rende” e a grande maioria não iria querer outra coisa a não ser lagosta.
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Só aí já tínhamos a primeira batalha travada a ser vencida.
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A segunda batalha deu-se na tomada de decisão de onde seria, uma vez que o almoço semanal geralmente era feito na casa do “presidente do clube” e não havia necessidade de convite, quem chegava participava, de mãos vazias ou não, com muita sede e faminto, na maioria das vezes.
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A primeira decisão tomada foi a de que o almoço deveria ser realizado em “campo neutro”, aonde os “agregados” não tivessem o acesso que tinham na “presidência”. 
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Decidiu-se por fazer na casa de um amigo, não membro da colônia, que eventualmente freqüentava o grupo.
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A terceira batalha, a mais tenebrosa de todas, era a relação de quem iria. A princípio seriam os membros da “diretoria” e alguns convidados especiais.
Aí foi aceso o estopim para o início da “1ª Guerra da Lagosta”.
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No sábado, lá fomos nós, sedentos e famintos para a comilança. Ops! Quero dizer: para a guerra!
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Nós mulheres, estávamos na cozinha a preparar as lagostas, quando ouvimos a primeira bomba estourar e corremos todas para o “front”.
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Estavam chegando, em caravana, os amigos, amigos dos amigos e inimigos também. Convidados, convidados dos convidados e os penetras, também. O mal estar foi geral.
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Estava declarada a 1ª Guerra da Lagosta.
31/10/2010






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