quinta-feira, 14 de abril de 2011

PUDIM DE CLARAS COM CALDA DE JABUTICABA


O Poeta Vive!

Desde que o meu pai fez a sua última viagem há quatro anos, no dia 04 de abril, a data tornou-se para mim marcada por uma tristeza profunda e uma saudade infinda.
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No meio da manhã da última segunda-feira, meu Leo me ligou e disse:
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- Mércia, atiraram em Plínio.
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- Atiraram no poeta! Como Léo?
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- Num assalto em Santa Rita
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Senti na pele o quê do que nos acostumamos assistir diuturnamente nos noticiários, só que na pele dos outros.
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A violência chegou até um dos nossos. Bateu a nossa porta mais uma vez. Infelizmente.
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Fiquei rezando pela saúde do nosso poeta ensandecido, pedindo a Deus que olhasse para aquele homem com jeito de menino travesso, risonho e brincalhão, tão cheio de vida e vontade de viver.
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Lembrei que Leo em seu livro “Crônicas do Beco da Lama” na crônica “O céu por derradeiro” já o havia “matado” juntamente com Dunga, em um Tsunami que subiu o Rio Potengi até o Beco da Lama e não seria agora, na vida real, que ele iria aos céus “arengar” com São Pedro querendo a todo custo uma “Montola”.
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A vida não estaria sendo justa com o poeta. Ele ainda tem muito a nos presentear com seus poemas e performances. Há muito trabalho a ser feito e muito talento a ser mostrado.
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Não seria justo com sua família. Não seria justo para nós, seus amigos, que o queremos bem e desejamos que volte logo ao nosso convívio, agora carregando além de pedras nos rins, uma bala nas costas, mas vivo. Bulindo. Vivinho da silva!
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Que a justiça seja feita. Que a maldade seja punida. Que a vida seja celebrada.
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Que o poeta descubra que o bom da vida está nas pequenas coisas e na simplicidade delas e aprenda que não é preciso ir aos céus para provar uma sobremesa divina, leve como as nuvens, mas com os pés bem fincados na terra.
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E viva o poeta!


Pudim de Claras com Calda de Jabuticaba

Ingredientes
8 claras
1 xícara de açúcar refinado
1 colher de chá de casca de limão ralada
1 pitada de bicarbonato
Manteiga para untar e açúcar cristal para polvilhar.

Modo de Fazer
Unte com manteiga uma forma grande de pudim, polvilhe com açúcar. Reserve.
Coloque as claras na tigela da batedeira e bata-as, em alta velocidade, até formar picos firmes.
Sem parar de bater acrescente o açúcar aos poucos, 2 colheres de cada vez.
Acrescente a pitada de bicarbonato e desligue a batedeira, por último, só misturando, coloque as raspas do limão.
Vá colocando as claras batidas na forma, untada e polvilhada com açúcar, as colheradas, dando batidas para retirar as bolhas de ar. Alise a superfície.
Leve ao forno, pré-aquecido a 170º, em banho-maria, por mais ou menos 35 minutos.
Deixar esfriar e desenformar.

Calda de Jabuticaba
Ingredientes
Jabuticaba
Açúcar

Modo de Fazer
Lave bem as jabuticabas. Coloque em uma panela e cubra com água. Deixe cozinhar até que as cascas comecem a se abrir e fiquem macias. Amasse-as com uma colher de pau e vá mexendo até o caldo começar a engrossar.
Retire do fogo e passe tudo na peneira.
Meça o caldo peneirado (em copo ou xícara) e separe a mesma quantidade de açúcar.
Leve ao fogo mexendo sempre.
Quando começar a engrossar, teste o ponto de calda, pegando um pouco com uma colher e esperando esfriar. Tendo cuidado para não atingir o ponto de geleia.


10 de abril de 2011






quinta-feira, 7 de abril de 2011

CHAMBARIL


O Mega Amigo

Não, ele não é o meu melhor amigo. Ele é mega no sentido de tamanho e volume.
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Dele tenho historias hilárias pra contar e não é mentira não, uma vez que eu faço parte de algumas delas. Lá vai uma!
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Recife, carnaval de 1986.
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Uma semana antes dos festejos de momo lá estava eu nos preparativos para receber a mega figura. A minha primeira providencia foi degelar o “freezer” e a geladeira. Para reabastecê-los fui ao mercado São José, maior centro de tudo que você queira encontrar em matéria de frutos do mar e ingredientes regionais da capital pernambucana, e comecei a minha labuta.
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Fiz um mega cardápio, para sete dias, bem ao estilo da figura, com direito a um fartíssimo café da manhã, almoço substancioso, tira-gostos mil e um prato de resistência para o enfrentamento do carnaval olindense.
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A comilança consistia em todas as ADAS nordestinas possíveis, além de sarapatel, pernil de carneiro e chambaril. E do mar... Ah, do mar? Só não tinha sereia, pois não encontrei a venda.
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E lá estava eu pronta e estocada - geladeira, “freezer” e despensa - para receber a ilustre figura.
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Eis que ele chega, maior do que nunca – tive que abrir mão do meu quarto uma vez que a cama de solteiro que eu havia lhe reservado não era forte o suficiente para acolher aquele mundo de gente – e com uma fantasia para cada dia de folia.
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Estava começando a maratona momesca.
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O dia começava no meio da manhã com um desjejum estrondoso. Ao meio dia o ponto era batido e dava-se início aos trabalhos, etílico e de comilança, que se estendia até o final do dia, hora de esticar até Olinda, aonde ele ia devidamente fantasiado.
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Ainda na terça-feira, final do dia, na hora do “lanche” para ir a Olinda e iniciar o segundo turno, não restava nada do que eu havia feito - que deveria dar para um batalhão durante uma semana inteira - pra contar a história. Exausta, sugeri que fosse pedida por telefone, uma pizza gigante e uma coca-cola de dois litros, o que ele de pronto rebateu:
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- Uma não! Duas pizzas e duas cocas. Sentenciou.
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Quando vi a figura vestida noiva, pronto para mais um expediente, o cansaço me arriou e eu disse a minha filha:
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- Milena, tome conta do seu tio.
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E fui dormir.

Chambaril
Ingredientes
2 1/2kg de músculo com osso serrado em pedaços (ossobuco)
1/2 kg de cenouras
1/2kg de batata inglesa cortadas a meio
1/2kg de batata doce cortadas ao meio
1kg de jerimum cortado em pedaços
3 espigas de milho verde cortadas em rodelas
1 repolho pequeno cortado em 4 pedaços
2 bananas da terra verde com casca cortada em 2 pedaços
4 cebolas pequenas inteiras
4 tomates picados
2 cebolas raladas
5 alhos amassados
2 folhas de louro
1/2 molho de cebolinha verde picado
10 folhas de hortelã picadas
50 ml de azeite extra-virgem
4 colheres de sopa de molho inglês
100ml de vinho tinto
Pimenta do reino a gosto
Sal a gosto
Óleo o quanto baste
Água fervente o suficiente
Caldo de carne fervente o suficiente
Farinha de mandioca o quanto baste

Modo de Fazer
Limpe os pedaços de músculo retirando o excesso de gordura e tempere-os com as cebolas raladas, o alho amassado, os tomates picados, louro, cebolinha picada, hortelã, azeite, molho inglês, vinho, pimenta do reino e sal a gosto.
Deixe-os no avinhadalho por algumas horas.
Descasque e corte todos os legumes.
Em uma panela grande, de preferência de ferro, esquente um fio de óleo e vá fritando os pedaços de ossobuco até que fiquem dourados.
Quando estiverem todos os pedaços dourados acrescente o restante do caldo do avinhadalho e deixe secar. Deixe-os cozinhando, em fogo baixo, acrescentando aos poucos água fervente.
Quando a carne estiver quase no ponto acrescente os legumes e cubra com o caldo de carne fervente. Acerte o sal e a pimenta e deixe-os no fogo até que a carne esteja macia e os legumes estejam cozidos.
Separe metade do caldo para fazer o pirão.
Em uma panela pequena coloque o caldo, corrija o sal, e leve ao fogo. Vá colocando a farinha de mandioca, aos poucos, mexendo sempre até engrossar.
Aqueça a panela do chambaril e sirva fumegante com o pirão e arroz branco.
Não se esqueça de uma “lapada” de cachaça para abrir o apetite.


03 de abril de 2011

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