"Netos são como heranças: você os ganha sem merecer. Sem ter feito nada para isso, de repente lhe caem do céu. É como dizem os ingleses, um ato de Deus. Sem se passarem as penas do amor, sem os compromissos do matrimônio, sem as dores da maternidade. E não se trata de um filho apenas suposto, como o filho adotado: o neto é realmente o sangue do seu sangue, filho de filho, mais filho que o filho mesmo..."
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
FELIZ ANIVERSÁRIO
Há exatos três anos ganhei um presente de Deus, meu neto Tomás, com ele descobri a magia de ser avó tão bem descrita por Raquel de Queiroz em "A Arte de Ser Avó".
"Netos são como heranças: você os ganha sem merecer. Sem ter feito nada para isso, de repente lhe caem do céu. É como dizem os ingleses, um ato de Deus. Sem se passarem as penas do amor, sem os compromissos do matrimônio, sem as dores da maternidade. E não se trata de um filho apenas suposto, como o filho adotado: o neto é realmente o sangue do seu sangue, filho de filho, mais filho que o filho mesmo..."
"Netos são como heranças: você os ganha sem merecer. Sem ter feito nada para isso, de repente lhe caem do céu. É como dizem os ingleses, um ato de Deus. Sem se passarem as penas do amor, sem os compromissos do matrimônio, sem as dores da maternidade. E não se trata de um filho apenas suposto, como o filho adotado: o neto é realmente o sangue do seu sangue, filho de filho, mais filho que o filho mesmo..."
domingo, 30 de outubro de 2011
Sai Cacete!
Meu pai e minha mãe me criaram – também aos meus irmãos -, sem admitir palavrões em nossa casa. Não que eles fossem tão austeros ou falsos moralistas. Nos ensinaram que o uso palavrão não nos levaria a lugar algum e sempre diziam que, além de falta de educação, as pessoas que assim procediam deveriam lavar a boca e a mente suja.
Convém salientar que estou falando de palavrão.
Assim fui criada e do mesmo jeito criei os meus filhos.
Toda essa ladainha a respeito de palavrão e em especial a palavra cacete - que não tenho como habito usar e cujo bordão está incorporado ao dia a dia de todos, como uma coisa ou pessoa chata - é que esta semana me senti entre a cruz e a espada quando o meu filho de apenas dez anos chegou em casa me perguntando:
- Mãe, o que é cacete?
Prontamente respondi.
- Cacete é um pedaço de pau. Por quê?
- Porque – respondeu ele - tem uma anotação do colégio na minha agenda que você tem que assinar.
- O que aconteceu? – Perguntei-lhe antes mesmo de ler a anotação...
- Estávamos tendo, no quarto horário, uma aula de matemática ao ar livre – contou-me – fazendo cálculo mental e eu ao demorar dar a resposta, um dos amigos ficou me empurrando e dizendo:
- Rápido! Rápido!
- Fiquei chateado e disse:
- Sai cacete!
O professor ouviu e me retirou da aula, mandou que eu fosse para a coordenação. Eu perguntei o porquê e ele repetiu:
- Para a coordenação! Disse o professor.
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Na coordenação, - continuou ele me contando - a coordenadora me mandou procurar a palavra cacete no dicionário e eu não encontrei. Só encontrei “cassete”. E ela me disse:
- Já pensou eu chegar à sala de aula e dizer: “Bom dia cacete!” Fiquei na coordenação até quase o final do quinto horário esperando para ela fazer a anotação na agenda. Finalizou ele.
Eu, já indignada pra cacete perguntei:
- Você quer dizer que perdeu o restante da aula de matemática e mais a outra aula do quinto horário por causa da palavra “cacete”?
- Foi – respondeu ele – e quando cheguei à sala de aula, além dos meninos ficaram me perguntando o que era cacete, só deu tempo de copiar a agenda.
Engoli em seco e só então fui ler a anotação da agenda que dizia que meu filho havia usado palavra “inapropriada” na escola. De pronto respondi que na nossa casa não se usa palavrões, e que, se ele estava usando palavras inapropriadas havia aprendido lá, com os alunos da escola onde ela é a coordenadora.
Não estou aqui defendendo a minha cria. Se a palavra cacete, no sentido em que por ele foi utilizada, e como foi interpretada, vai de encontro às regras impostas pela escola, que ele fosse alertado, orientado e conseguintemente educado para que não mais a repetisse.
A meu ver, educar vai muito além de ensinar a ler e escrever. Para educar você tem que ter o coração e a mente abertos para vida e para o mundo. Olhar e enxergar. Falar com propriedade, sabendo o que está dizendo. Ensinar, aprendendo. E, sobretudo, amar o que faz para poder fazer bem feito.
Pelo visto existem muitas bocas e mentes sujas a serem lavadas e educadas para que possam transmitir algum ensinamento.
E tenho dito.
Cacete
s.m. Bordão mais grosso numa da
extremidade, que em geral
serve como arma;
porrete: levar uma surra de cacete.
Chul. Membro viril; pênis.
Adj. Que abusa da paciência;
maçante, maçador, importuno,
impertinente:
conversa cacete; indivíduo cacete.
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
SER PAI -Artur da Távola
Pai, hoje 24 de outubro, dia do seu aniversário de 90 anos, a minha homenagem ao exemplo de pai que você foi para mim.
Artur da Távola
Hoje é dia de meu aniversário. E de todas as minhas modestas dimensões humanas, a que mais me realiza é a de ser pai.
Ser pai é, acima de tudo, não esperar recompensas. Mas ficar feliz caso e quando cheguem. É saber fazer o necessário por cima e por dentro da incompreensão. É aprender a tolerância com os demais e exercitar a dura intolerância (mas compreensão) com os próprios erros.
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Ser pai é aprender, errando, a hora de falar e de calar. É contentar-se em ser reserva, coadjuvante, deixado para depois. Mas jamais falar no momento preciso. É ter a coragem de ir adiante, tanto para a vida quanto para a morte. É viver as fraquezas que depois corrigirá no filho, fazendo-se forte em nome dele e de tudo o que terá de viver para compreender e enfrentar.
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Ser pai é aprender a ser contestado mesmo quando no auge da lucidez. É esperar. É saber que experiência só adianta para quem a tem, e só se tem vivendo. Portanto, é agüentar a dor de ver os filhos passarem pelos sofrimentos necessários, buscando protegê-los sem que percebam, para que consigam descobrir os próprios caminhos.
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Ser pai é: Saber e calar. Fazer e guardar. Dizer e não insistir. Falar e dizer. Dosar e controlar-se. Dirigir sem demonstrar. É ver dor, sofrimento, vício, queda e tocaia, jamais transferindo aos filhos o que, a alma, lhe corrói. Ser pai é ser bom sem ser fraco. É jamais transferir aos filhos a quota de sua imperfeição, o seu lado fraco, desvalido e órfão.
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Ser pai é aprender a ser ultrapassado, mesmo lutando para se renovar. É compreender sem demonstrar, e esperar o tempo de colher, ainda que não seja em vida. Ser pai é aprender a sufocar a necessidade de afago e compreensão. Mas ir às lágrimas quando chegam.
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Ser pai é saber ir-se apagando a medida em que mais nítido se faz na personalidade do filho, sempre como influência, jamais como imposição. É saber ser herói na infância, exemplo na juventude e amizade na idade adulta do filho. É saber brincar e zangar-se. É formar sem modelar, ajudar sem cobrar, ensinar sem o demonstrar, sofrer sem contagiar, amar sem receber.
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Ser pai é saber receber raiva, incompreensão, antagonismo, atraso mental, inveja, projeção de sentimentos negativos, ódios passageiros, revolta, desilusão e a tudo responder com capacidade de prosseguir sem ofender; de insistir sem mediação, certeza, porto, balanço, arrimo, ponte, mão que abre a gaiola, amor que não prende, fundamento, enigma, pacificação.
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Ser pai é atingir o máximo de angústia no máximo de silêncio. O máximo de convivência no máximo de solidão. É, enfim, colher a vitória exatamente quando percebe que o filho a quem ajudou a crescer já, dele, não necessita para viver. É quem se anula na obra que realizou e sorri, sereno, por tudo haver feito para deixar de ser importante.
domingo, 16 de outubro de 2011
COBRA CIPÓ
Cobra Cipó
Depois de quase dois meses de andanças entre “Europa, França e Bahia” – como bem diz o poema de Carlos Drummond de Andrade – a minha mãe andarilha, Ody Carvalho, estava de volta a sua casa. Saudosa, mas pronta para outra voltinha - ela é igual a uma menina andeja, para onde você chamar ela vai, contanto que saia de casa..
Aproveitando o feriado do Dia das Crianças, convidei-a para matar a saudade da nossa querida Papary. Lá fomos nós: Mamãe, Lina, Léo e eu fazermos um “tour” para, além das fofocas da viagem, saborear algumas das delícias da nossa terra – ela disse que passou fome na maior parte da viagem pelo velho continente, chegando a perder alguns quilinhos, façanha que aqui, mesmo com orientação nutricional ela não consegue.
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Fomos até a nossa casa na Praia de Barreta – onde de cara mamãe comprou cocadas de coco somente para “ajudar” a um velho conhecido - e voltamos por Nísia Floresta para almoçarmos – camarão e galinha caipira - no restaurante de Vavá onde a comida gostosa e caseira, além do ambiente arborizado, nos deixa com vontade de ir ficando por lá comendo e fofocando ao sabor da sombra e do vento.
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Terminada a comilança lá vínhamos nós, todos de barriga cheia. Mamãe saboreando disfarçadamente as suas cocadas, Léo cochilando, Lina tagarelando e eu dirigindo, a 100 quilômetros por hora, apreciando a paisagem, quando de repente ao olhar a minha esquerda, na janela do meu carro, lá estava ela me olhando. A princípio não acreditei. Olhei novamente e soltei um grito de horror:
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- Uma cobraaaaaaaaaaaaaaa!
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Meu grito foi tão grande e pavoroso que Leo acordou de supetão, saindo dos braços de Morfeu, perguntando:
- Aonde? Aonde?
Lina pinotou para o colo de mamãe sentando em cima das cocadas.
Mamãe, calmamente, continuou no seu lugar e disse:
- Feche a janela, se fosse um sapo eu estaria morrendo de medo, mas, uma cobra...
E eu, apavorada, com um olho na estrada e outro na cobra, tentando achar a maçaneta da porta e dirigindo quase sentada em cima da alavanca de macha, até conseguir fechar o vidro – nessas horas é que você vê o quanto é bom ter um carro com vidro elétrico.
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Continuamos a viagem. O carro todo fechado, com o ar condicionado ligado e aquela cobra presa na porta pelo rabo. Eu olhando para ela e ela para mim, até a porta da casa de Léo, quando descemos pelo lado oposto em disparada.
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O alarde do mulheril foi tamanho que lá veio o vizinho com uma enxada para matar a cobra. E Léo, entre a sobriedade e a demência dizia acariciando a danada:
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- Coitada, é somente uma cobra cipó! Deixe que mamãe cria...
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
CALDOS
CALDOS
A base de uma sopa ou um creme está no seu caldo. Você poderá fazê-lo em casa e também congelá-los. Ele dará um toque super saboroso e garantirá vários elogios. CALDO DE FRANGO
Ingredientes
1,5 kg de carcaça de frango, asa e pescoço
3 litros de água
1 cebola grande cortada em pedaços
2 talos de salsão
2 cenouras cortada em pedaços
2 tabletes de caldo de galinha
1 folha de louro
pimenta do reino em grão a gosto
Modo de Preparo
Coloque todos os ingredientes numa panela grande.
Quando começar a ferver, abaixe o fogo e cozinhe com a panela semitampada, por 1 hora e 30 minutos. Retire com uma espumadeira a espuma que vai formando na superfície.
Quando esfriar, passe por uma peneira.
Coloque na geladeira ou em vasilha própria para congelamento.
CALDO DE CARNE
Ingredientes
1 kg de músculo ou de costelas (com osso)
3 litros de água
2 cebolas médias cortada em pedaços
2 talos de salsão
3 cenouras cortadas em pedaços
1 ramo de manjericão
6 ramos de salsinha
5 cebolinhas verdes
2 tabletes de caldo de carne
1 folha de louro
pimenta do reino em grão a gosto
Modo de Preparo
Coloque todos os ingredientes numa panela grande.
Quando começar a ferver, abaixe o fogo e cozinhe com a panela semitampada, por 2 horas.
Retire com uma espumadeira a espuma que vai formando na superfície.
Quando esfriar, passe por uma peneira.
Coloque na geladeira ou em vasilha própria para congelamento.
CALDO DE LEGUMES
Ingredientes
3 litros de água
2 cebolas médias cortada em pedaços
3 talos de salsão
2 cenouras cortadas em pedaços
2 tabletes de caldo de carne
1 bouquet garni ( louro,tomilho e salsinha amarrados numa trouxinha de gaze de algodão)
Pimenta do reino em grão a gosto
Modo de Preparo
Coloque todos os ingredientes numa panela grande.
Quando começar a ferver, abaixe o fogo e cozinhe com a panela semitampada, por 1 hora e 30 minutos. Retire com uma espumadeira a espuma que vai formando na superfície.
Quando esfriar, passe por uma peneira.
Coloque na geladeira ou em vasilha própria para congelamento.
terça-feira, 4 de outubro de 2011
ESTOU AQUI PARA VIVER
Fazenda Pavilhão-Nísia Floresta
Estou aqui para viverNasci morrendo e lutando para viver.
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Vim ao mundo através do chamado “nascimento falhado” - em que o bebê nasce com os pés – na nossa casa, em Nísia Floresta, pelas mãos de dona Maria Parteira.
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Batizada com o nome de Maria, pela parteira logo ao nascer, meu pai acrescentou Mércia ao me registrar em homenagem a sua mãe, Maria Mércia, uma bela amazonense filha de portugueses, de lindos olhos cor de anil, de quem, além do nome, herdei a força e a coragem de saber encarar a vida de frente, apesar das adversidades.
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Para conseguir chegar até aqui me agarrei à vida e ela me buscou e me acolheu. Tive que aprender a vivê-la, caindo, levantando e seguindo sempre em frente. Se hoje levo uma queda, amanhã já estou de pé, reinventada e pronta para mais um desafio.
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Pela vida vou caminhando e aprendendo, semeando com o coração sempre aberto para ajudar, dar, perdoar, entender, unir e amar.
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Às vezes me perco na minha caminhada. Procuro-me e me encontro. Posso até parecer boba, mas não sou burra. Em algumas coisas, ingênua. Mas não sou santa. Viro uma fera quando necessário. Tenho a alma liberta e um sorriso franco, embora algumas vezes, quando a vida faz as suas exigências, sorria para não chorar.
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Estou em busca da realização dos meus sonhos e desejos. Estou aqui para viver!
domingo, 2 de outubro de 2011
BOLO DA MOÇA
Bolo da Moça
Ingredientes1 coco médio ralado
750 ml de leite de vaca
3 ovos inteiros
3 colheres de sopa de margarina
2 ½ xícaras de açúcar peneirado
2 ½ xícaras de farinha de trigo peneirada
Modo de Fazer
Pré-aqueça o forno no mínimo.
Coloque no liquidificador 750 ml leite de vaca e acrescente o coco ralado, liquidifique e coe.
Volte o leite pronto ao liquidificador e acrescente os ovos e a margarina liquidifique até que estejam bem misturados.
Com a tampa do liquidificador fechada vá acrescentando, através da abertura de cima da tampa, o açúcar e a farinha até o final dos ingredientes. Feche a abertura central e liquidifique em rotação máxima por uns 5 minutos.
Coloque em uma forma com furo de 25 cm de diâmetro, untada e polvilhada, e leve ao forno pré-aquecido, na potencia mínima.
O tempo de cozimento é de pelo menos duas horas ou até que enfiando um palito e saia seco.
Desenforme depois de frio.
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