quarta-feira, 7 de março de 2012

Rosário, a mulher.


Eis uma pessoa uma pessoa boa que conheci na vida: Eude. Não tá errado não. É no singular mesmo.
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Bom de garfo, não enjeitava nada, comia tudo que passava na sua frente. Não havia comida que ele não gostasse. Dizia que, por ser o caçula da família, nunca teve o direito de escolher o melhor para comer, era sempre o último da fila e o que lhe restava era o que os outros não queriam. Enquanto os outros comiam as partes nobres da galinha, pra ele restava sempre o pé, a asa, o pescoço e a costela. E ele adorava!
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Depois de casado, mesmo com uma mesa farta e variada, não abria mão das coisas que aprendeu a comer na infância. Pessoa simples e sincera. Cresceu na vida com esforço próprio, assessorado por Rosário, sua mulher, de quem ele tinha orgulho e sempre elogiava pela companheira e mãe que ela era.
Certa vez, foi chamada ao Banco do Brasil para atualização cadastral, ainda no tempo da máquina de datilografia. A moça do banco começou a lhe perguntar:
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- Nome? Data de Nascimento?...
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E continuou.
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- Casado?
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- Sim. Respondeu ele.
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- Sua mulher trabalha?
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- Sim, mais do que eu, muito! Enfatizou.
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- Quanto ela ganha? Perguntou a moça.
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- Nada. Porque o que eu ganho não dá para pagar pelo tanto que ela trabalha.
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A moça o olhou interrogativamente.
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- É moça, minha mulher é dona de casa e mãe dos meus filhos, e não há dinheiro no mundo que possa pagar o que ela faz pela nossa família.
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A Rosário mulher, mãe, companheira e cozinheira de mão cheia a minha homenagem no mês da mulher, lembrando das nossas comilanças,  e matando a saudade da família bonita que você soube construir.
20/03/2010

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