domingo, 18 de março de 2012

O CAÇADOR

Imagem Google
A cada lembrança, uma história.
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Eu estava em Sertania, sertão de Pernambuco, na fazenda da minha prima Edda, há alguns anos. Mês de junho, tudo verdinho, calor escaldante durante o dia e friozinho gostoso à noite. Casa aconchegante, arejada, cheia de hortas e muitas galinhas e guinés soltos no terreiro. Próximo a casa, um açude de onde só se ouvia os gritos dos marrecos.
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Que o IBAMA não leia, mas naquele tempo não havia tantas proibições, porque no meio da tarde o marido da minha prima anunciou:
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- Vou caçar o nosso almoço de amanhã!
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E lá se foi ele, vira-lata do lado, cartucheira cheia de munição e espingarda em punho. Da casa só se ouvia os tiros, e a cada balaço a gente dizia: mais um!.
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Lá pras tantas o fez-se o silêncio. E lá vinha ele... De mãos vazias, cartucheira vazia e irado.
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Diante da nossa surpresa, depois de tantos tiros e... Nada! Estávamos todos com um rizinho entre os lábios, mas ele não se fez de rogado. Olhou em volta do terreiro e partiu para o ataque.
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Quanto mais ele corria, mais os guinés corriam dele. A cada investida uma queda. Depois da terceira queda, ele se apoquentou.
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 Deixou a poeira assentar no terreiro e calmamente pegou a espingarda de volta. Com dois tiros certeiros estava garantido o nosso almoço do dia seguinte.
08/08/2010

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