sexta-feira, 15 de julho de 2011

AOS PÉS DA SANTA CRUZ


Aos Pés da Santa Cruz

Eu, uma abecedista - segundo Léo, abecista, pior do que comunista, pois ninguém convence -, rodeada de americanos por todos os lados, esperei pacientemente o final do campeonato para finalmente poder ver pela 52ª o meu ABC se tornar campeão estadual.

Aguentei durante esse tempo meu vizinho, o ex-craque do América, Véscio Pinheiro, olhar para o meu carro - que tem uma camisa do meu timão pendurada no retrovisor interno -, na garagem de casa e dizer:

- Mércia, tenha vergonha. Tire isso do seu carro!

E ainda na semana passada quando me viu foi logo cantando:

- Aos pés da Santa Cruz você se ajoelhou...

Aguento há tempos Léo entrar no meu carro e enrolar a coitada da camisa do ABC com a desculpa que lhe atrapalha a visão.

Aguento há tempos, na lista de discussão “Aldeia Poti” e nos sites de relacionamento Orkut e Facebook, muda, quieta e rindo, na maioria das vezes, todos os tipos gozações, desde o “time fora de série” ao “tombo levado em Santa Cruz”.

Esperei o domingo chegar e o meu time se consagrar para responder a Léo, a Chagas Lourenço (Chaguinhas), ao poeta Antoniel Campos, ao poeta Plínio Sanderson, a Véscio Pinheiro e a todos que de um jeito ou de outro são antiabecedistas, que no futebol assim como na vida, é com “tombos” que crescemos.

Realmente somos um time fora de série uma vez que saímos do nada e nos sagramos campeão Brasileiro da Série C.

Somos um time fora de série por sermos o maior campeão de estaduais do Brasil.

Em verdade vos digo: É colocando os joelhos no chão, aos pés da Santa Cruz – e jogando bola -, que nos tornamos vitoriosos. Pena que todos vocês não tenham um santo a clamar, um altar para se ajoelhar e muito menos um time para ganhar.

E tenho dito.


09 de maio de 2011

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