Nossa Senhora do Ó - Padroeira de Nísia Floresta
“Meu
São José dai-me licença
Para o
Pastoril dançar,
Viemos
para adorar
Jesus
nasceu para nos salvar.”
Na minha pequena e querida Nísia Floresta, as festividades
de final de ano começavam com a festa da Padroeira, Nossa Senhora do Ó, e
terminavam em 06 de janeiro, dia de Santos Reis, com a queimada da Lapinha.
“Boa
noite, meus senhores todos
Boa
noite, senhoras também;
Somos
pastoras
Pastorinhas
belas
Que
alegremente
Vamos a
Belém.”
Naquela época, eu e minhas irmãs, estávamos
sempre metidas em todas as atividades culturais que tínhamos oportunidade de
participar.
Nos intervalos, para desespero de mamãe,
vivíamos de bicicleta a subir e descer ladeiras, fugindo do papafigo, usando
nossos tênis congas como freios, ou nos nossos famosos patinetes, construídos
com madeira e rodinhas de rolimã, com os quais subíamos a rua empurrando e
descíamos numa corrida alucinada. Ou, ainda, indo fazer pescarias no Rio da
Bica para brincar de cozinhado com os peixinhos de “água de roupa suja”, como
ela costumava dizer.
Mas, para seu sossego, as noites, sempre
estreladas, quando não havia ensaio, ficávamos brincando de cantiga de roda no
meio da praça, contando histórias, brincando de anel, de tica ou de academia.
Na fase artística-cultural da minha infância,
fui anjinho de procissão e com orgulho coroei a padroeira. Fui ginasta e
acrobata de circo, atriz e produtora teatral. Fui noiva de quadrilha e contra
mestra do cordão azul do nosso pastoril.
“Estrela
do Norte,
Cruzeiro
do Sul.
Vamos
dar um viva,
Ao
cordão azul!
Sou a
contramestra
Do
cordão azul
O meu
partido
Eu sei
dominar
Com
minhas danças
Minhas
cantorias
Senhores
todos
Queiram
desculpar.”
Hoje lembro com saudades da infância feliz que
tive e orgulhosa de ter feito parte dos folguedos natalinos da minha terra,
como o pastoril, onde a emoção do povo é revelada através da ação dramática da
Natividade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário