domingo, 26 de fevereiro de 2012

A PATA DA GAZELA

Imagem Google
Não. Eu não estou dizendo que tenho os pés defeituosos como o da pobre Laura, personagem do romance de José de Alencar “A Pata da Gazela”, escrito em 1870, cuja história se passa no Rio antigo e gira em torno de Horácio, Leopoldo, Laura e Amélia - na época de sua publicação causou polêmica por tratar de um tema obscuro: o fetichismo.
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Horácio, rapaz jovem e sedutor, vê quando o lacaio das moças derruba um pé de um par de botinas de pelica e seda, pequeninas e mimosas e apaixona-se pela dona dos pés desconhecidos.
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Leopoldo, que estava na mesma rua, vê de relance Amélia e apaixona-se pelo seu sorriso, mesmo após um vislumbre dos pés disformes que ele pensa serem os dela.
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Eu tenho mesmo os pés pequenos como Amélia, sua prima e amiga, que para poupá-la de algum constrangimento, encomendava os sapatos na mesma loja que ela.
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Embora não seja nenhuma cinderela, a minha dificuldade em comprar calçados vem de longe. Quem já viu se calçar tamanho 33? Isso mesmo, trinta e três com todas as letras!
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Quando eu era jovem ainda disfarçava e comprava algumas peças na seção infanto-juvenil. Mas, hoje em dia – parece que todas as mulheres têm pés normais ou acima da média e só fabricam a partir do número 34 – fico eu sonhando por um par de sapatos que eu goste e que caiba nos meus pequeninos pés. Afinal qual a mulher que não tem “fetiche” por um belo par de calçados?
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Mas, os meus problemas acabaram, encontrei uma representante de calçados que me abastece com o seu mostruário de tamanho 33 e, finalmente, tirei os meus pezinhos da miséria. Pense numa Cinderela!

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