terça-feira, 22 de setembro de 2020

Primavera...

                                                

   “Levai-me aonde quiserdes! – aprendi com as primaveras a deixar-me cortar e a voltar sempre inteira”.

Cecília Meireles

 

Enquanto há vida, a finitude é uma coisa lógica.

Tudo acaba.

Quando a primavera se instala a vida se renova e tudo se transforma.

Quanto a vida, tudo que existe é de uma precisão absoluta: o instante de nascer, o instante de morrer, e um instante de viver aquilo que pode valer por uma vida inteira.

Assim como a primavera a cada estação, a vida me transformou a cada dia.

Hoje sou o fruto maduro da vida que semeie a cada batalha vencida, a cada decepção vivida, a cada amizade cativada, a cada vitória conquistada.

Aprendi a me cuidar.

Aprendi a ser só, embora rodeada de poucos e bons amigos, afinal somos a medida certa de quem nos aceita e respeita.

Continuo a acreditar no amor, nas pessoas e na vida. Continuo a lutar por aquilo que acredito. Ainda erro ou escolho erradamente. Ainda tenho muito a evoluir.

Depois...

Tudo acaba.

 

“Sou uma céptica que crê em tudo, uma desiludida cheia de ilusões, uma revoltada que aceita, sorridente, todo o mal da vida, uma indiferente a transbordar de ternura. Grave e metódica até à mania, atenta a todas as subtilezas dum raciocínio claro e lúcido, não deixo, no entanto, de ser uma espécie de D. Quixote fêmea a combater moinhos de vento, quimérica e fantástica, sempre enganada e sempre a pedir novas mentiras à vida, num dar de mim própria que não acaba, que não desfalece, que não cansa”

Florbela Espanca

3 comentários:

  1. Sempre uma inspiração. Que amiga especial você é, minha Flor 🌷♥️

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  2. Mercinha você é lindamente vista a cada palavra, todas te descrevem, com o amor e o bem viver que carregas em ti. Sou previlegiada por me sentir um desses poucos.

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